O debate mencionado na postagem de domingo e realizado esta manhã, foi excelente porque permitiu uma reflexão de conjunto da qual eu sentia falta. O auditório estava cheio. Tive que sair antes da terceira intervenção, mas achei interessantes as dos Professores Adriano e Christiane. No fundo uma completou a outra, mesmo quando não usavam os mesmos critérios. Neste momento o Brasil está com bastantes debates deste tipo e em todos emerge a necessidade de se localizar uma agenda comum e até uma articulação mínima. Manifestar como bando errante (mesmo com multidões) cansa e nem os mínimos se consegue.
Na verdade, tanto os manifestantes como a classe política revelam perplexidade. Os deputados aprovam leis em alta velocidade, assustados; os protestos agora fazem-se para manter a chama mas sem verdadeiro rumo.
Entre os temas surgidos nas ultimas 24 horas, um parece-me importante e se for alcançado já seria bom: abrir espaço para candidaturas independentes, do poder local ao federal. Obrigaria os partidos a perderem a arrogância do monopólio, revitalizava a democracia, aumentava a liberdade de expressão e escolha e ajudava a mais presença da sociedade na fixação de prioridades. Ajudava até os militantes mais sérios de alguns partidos.
Sobre as recentes concessões do poder, por exemplo em matéria de combate à corrupção e verbas para a educação, seus níveis de implementação dependem dos níveis de mobilização social. Não é possível (nem desejável) manifestações eternas, mas voltar ao conformismo dos últimos anos faria destas semanas um período de boa diversão e nada mais.
A questão central em todos os processos de mudança ao longo da História permanece: como a sociedade conquista ( e mantem) mais poder e como isso obriga a mais justiça e menos sufoco no cotidiano.
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