quinta-feira, 21 de novembro de 2024

De novo à mesa ( de tênis)

 Após anos sem jogar, voltei hoje à prática que vai entrar de novo na minha rotina. Amanhã estou lá. Gostei do reencontro com a mesa, bolas, raquete e outros jogadores.

Uns de nível avançado, outros iniciantes e eu reiniciante ( acho que inventei essa categoria).

Selfies:



terça-feira, 19 de novembro de 2024

Eliminatórias SulAmericanas

 12a. Rodada ( faltam 6 para concluir)

Bolívia 2 Paraguai 2

Colômbia 0 Equador 1

Chile 4 Venezuela 2

Argentina 1 Peru 0

Brasil  1 ( Gerson) Uruguai 1 (Valverde)

Estariam classificados neste momento (pela ordem na tabela): Argentina. Uruguai, Equador, Colômbia, Brasil, Paraguai. Repescagem: Bolívia. Estariam eliminados: Venezuela, Chile, Peru




sábado, 16 de novembro de 2024

Corredores bioceanicos na América do Sul

 A inauguração do porto de Chancay, no Peru, reforça o estudo de opções nas vias interoceanicas sul-americanas. O evento coincidiu com a Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico ( APEC), em Lima.

Antes de mais, a grande mídia internacional ( incluindo a mais respeitável) considera Chancay como " porto chinês", forte ignorância geográfica: fica situado no Peru, portanto, sob soberania peruana. A maioria do capital ( na construção e operação) é da Cosco Shipping, chinesa, porém, não é lúcido esquecer os 40% da peruana Volcan, nem a sempre presente hipótese de alterações no capital, sobretudo após o período do retorno completo do investimento. 

                            Chancay, Peru 

Chancay terá 15 cais e profundidades de 17/18 metros, ou seja, capacidade múltipla de carga/descarga e super-cargueiros. É enorme estímulo para a economia peruana, pode funcionar como hub para trocas de outros países sul-americanos com a China, reduzindo de 35 para 23 o número de dias necessários à navegação entre os dois lados.

É óbvia a incidência nos volumes e custos, considerando a intensidade geral do movimento. 

No Brasil, o Acre está fortemente interessado. Situado a cerca de 1.800 km da costa peruana, o Governo estadual tem pressionado no sentido de adequação de infraestruturas e já obteve parte delas. Dois problemas: a subida dos Andes obriga recurso a caminhões apenas  de médio porte e as infraestruturas são necessárias também do lado peruano.

A importância da opção é enorme, daí a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ter estado em Lima no mês de março. Opção que não exclui outra ou outras.

No Chile, há vozes preocupadas com a concorrência de Chancay sobre os portos chilenos. Sem motivo, caso se articulem bem com Argentina e sobretudo, com o Brasil, que já avançou muito no corredor bioceanico entre Santos e Paranaguá e o litoral chileno, onde estão Valparaiso, San Antônio e Antofagasta.


                            Antofagasta, Chile

Atravessa o Paraguai e Argentina - que têm vias de acordo com os imperativos ou para serem melhoradas. Aqui aparece de novo o obstáculo cordilheira, mas também a vantagem de ligar quatro economias  sub-continentais, justificando investimentos vultosos. Talvez menos que os 3,5 bi USD anunciados em relação a Chancay.

Gráficos recentes sobre o corredor bioceanico, a nível de Campo Grande (o tráfego de grãos é decisivo) até Mumbai ( Índia) assinala economia de cerca de 100,00 USD por tonelada, relativamente à ligação via canal.do Panamá.

Vamos então a conclusões sumárias:

- estas ligações entre oceânos são complementares e servem tanto ligações internacionais como integração sul-americana;

- o medo do capital chinês no empreendimento peruano é irracional.  É IDE ( investimento direto estrangeiro) como qualquer outro, sujeito à legislação local.

- a Ásia-Pacífico é hoje a região de maior dinamismo econômico mundial. São várias grandes economias e todas são prioridade para o Brasil, tal como a integração com os vizinhos. Assim, os diversos " corredores" são exigência correspondente à dimensão do país.  Exportar da Amazônia não é como exportar de São Paulo ou Mato Grosso.

Estas breves considerações surgem no momento em que a chegada de Trump à Casa Branca vai diminuir o multilateralismo e o governo argentino está na mesma linha. Portanto, construir links sólidos e diversos tem significado existencial, quando se pensa em desenvolvimento, não apenas em ciclos de crescimento. 

Este quadro mundial já estará patente na Cúpula do G20, aqui no Rio a partir de segunda-feira,18 de novembro e aumento tendencial a partir do próximo ano. Impossível prever por quanto tempo.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Eliminatórias América do Sul

 11a. Rodada

Venezuela 1 Brasil 1

Paraguai 2 Argentina 1

Equador 4 Bolívia 0

Uruguai 3 Colômbia 2

A esta hora, intervalo de Peru X Chile, os dois últimos da classificação. Está  0 a 0. 

O Uruguai X Colômbia foi a melhor partida, pela técnica e a emoção do equilíbrio de forças. 

Aos 100 minutos Uruguai faz 3 a 2


Neste momento estariam classificados Argentina, Uruguai, Colômbia, Brasil, Equador, Paraguai.  Venezuela na repescagem.

Terça-feira na Fonte Nova (Salvador, Ba): Brasil X Uruguai. 

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Bernie Sanders

 Aos 82 anos mais uma vez reeleito senador pelo estado do Vermont. Com 63,3% dos votos. Independente de tendência socialista ( próximo da social democracia escandinava) começou nos anos 60 na Liga dos Jovens Socialistas e no movimento dos Direitos Civis. Exerceu vários cargos públicos no Vermont e foi representante na Câmara em Washington antes de chegar a Senador. 

Declarou que a recente derrota dos Democratas - com quem faz acordos caso a caso ou periodo a peroodo - é consequência do partido não estar respondendo aos anseios das pessoas com  dificuldades de vida, enquanto as pessoas de topo nunca estiveram tão bem.

No debate interno dos Democratas é voz muito escutada porque faz anos dizendo isso.



sábado, 9 de novembro de 2024

Nem sei que titulo pôr aqui

 É excerto do romance " Austral ", de Carlos Fonseca ( Costa Rica), uma de minhas leituras atuais. Traduzido este ano em São Paulo. 

Para ler melhor, clicar em cima de cada página. 






sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Considerações sobre a vitória de Trump


1

A eleição de Donald Trump com larga maioria do voto popular, coloca a céu aberto algumas considerações sobre o mundo atual, ou seja, vai muito além dos Estados Unidos e nem sequer são novidade, pois existem em forças semelhantes de todos os continentes.

A nível político-social, as desigualdades sociais continuam sendo forte motor de mudança, mas não obrigatoriamente em sentido único. Várias vezes na História, setores radicais das áreas conservadoras captaram o descontentamento, sempre que as forças progressistas entraram na rotina e se contentaram com seu próprio discurso, passando a fazer voo cego.

Um mercado de trabalho em expansão – notável nos Estados Unidos – não é garantia satisfatória se os salários estiveram desiquilibrados com relação ao custo de vida ou se a média salarial estiver muito abaixo dos rendimentos mais altos. Quando sucessivos governos reformistas não conseguem resolver esta equação, a extrema direita aproveita para mobilizar com base em promessas de liderança salvadora, decorrente de seus princípios anti-democráticos (ou de “democracia limitada”). Claro que nesta base não vão resolver problema nenhum, mas criam um clima propício à tomada do poder ou se tornarem muito influentes.

2

Apesar de seus discursos discriminatórios, xenófobos e patriarcais, a extrema direita foi favorecida pela queda gradual do identitarismo, do qual se servem ferozmente em outros países. 

Assim, Trump teve o apoio de 44% das mulheres votantes, 15% do eleitorado negro e pode ter obtido perto da metade do voto latino. Estes percentuais revelam minorias muito numerosas, sem as quais Trump não ganhava. O voto de pessoas negras em Trump já estava em 9% na eleição precedente, o voto latino nos republicanos há muito tinha saído da faixa cubano-americana da Florida e grande parte das mulheres vota de acordo com seu ambiente familiar, crenças e desafios relacionados. 

Estes dados têm perfil de tendência.  As mulheres não são uma camada social única, estão em várias. As populações negra e latina, também não são homogêneas desse ponto de vista e apresentam fortes desigualdades sobre níveis de vida. Esses fatores assumem mais importância que “origens” ou “heranças”, simplesmente porque as pessoas se determinam e relacionam através de seus status atuais, tanto nos que empobrecem como nos que enriquecem.

3

Dois beneficiários dessas determinantes e relações, os senadores republicanos Ted Cruz e Marco Rubio têm duas explicações. Cruz vê a motivação principal na mudança de geração e Rubio afirma estar em curso uma mudança da identidade comunitária ou racial para a das ocupações, querendo significar ocupações profissionais. Teria sido talvez mais preciso dizer segmento de renda e, mais preciso ainda, ultrapassagem do identitarismo pelo status social.

Ao benefício destas alterações, a extrema direita acrescenta um disfarce de sua natureza autoritária ou totalitária, fazendo amalgama de todas as opiniões de esquerda ou do centro reformista com seitas dedicada a mercantilização de conceitos aberrantes e campanhas de difamação. É mais uma generalização falsa, do arsenal das fake news, porém, aquelas seitas continuam a fornecer elementos de propaganda à extrema direita.

Agora vêm as políticas econômicas.

4

Para já a bolsa de Nova York reagiu favoravelmente ao resultado eleitoral e o dólar reafirmou seu valor internacional. O ouro como valor refúgio recuou um pouco. Os impostos vão baixar, sobretudo para os detentores de capital, portanto, baixando também os programas sociais federais. Nestes termos, o crucial problema do poder de compra só terá melhoria considerável se o investimento privado inserir aumentos salariais e alargamento das condições de poupança das famílias. De contrário, as desigualdades vão se manter ou aumentar e o sentimento de frustração social se voltará contra Trump.

Se o presidente eleito é contra intervencionismo estatal a nível de programas sociais, ele é favorável a pressão governamental quanto às decisões do Banco Central, a ponto de surgiram perguntas sobre a extensão da independência deste nos próximos tempos. Aqui está uma possibilidade de choque com efeitos de incerteza no comportamento dos grandes atores econômicos.

A Inovação Tecnológica em geral, não vai mudar seu perfil, seja qual for o locatário da Casa Branca. Tem dinâmica própria e todos têm interesse nela como fator de hegemonia. Trump não vai fazer nada de diferente daquilo que se faz desde Bill Clinton.

De acordo com o programa eleitoral vencedor, é provável uma “chuva tarifária” no curto prazo, reveladora de vontade protecionista. As trocas internacionais serão atingidas, afetando muitas empresas norte-americanas também. Neste ponto, é crucial saber qual a capacidade de resistência da China e da União Europeia, mas também de países latino-americanos que têm os Estados Unidos como parceiros de topo. Crucial ainda será o quadro militar mundial. Netanyahu, no curto prazo, é vencedor junto com Trump, porém, eventual acordo de Washington com Putin não vai parar a guerra na Ucrânia por si só, depende muito dos cálculos de médio prazo da Europa e China.

5

Quer dizer, as medidas norte-americanas de guerra econômica contra a União Europeia e a China, têm de levar em conta os efeitos colaterais sobre os pontos de confronto armado.  

 

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Trump eleito Presidente US

 O partido Democrata vai reconhecer o resultado e  ninguém vai invadir o Congresso nem tumultuar as ruas. Importante que não procure bodes expiatórios internos.

O partido Republicano terá de considerar as duas grandes prioridades dos eleitores - democracia e economia -  dois eixos muito poderosos e que não combinam com arrogância nem ameaças.

Ainda assim, o mundo pode ficar muito mais perigoso.  Não apenas pela configuração de relacionamento entre as potências dominantes mas, sobretudo, pelo estímulo que representa para forças semelhantes em dezenas de outros países.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Prioridade Democracia


 Muito útil e estimulante pesquisa da CNN sobre motivação, preocupações e níveis de confiança do eleitorado dos EUA.

No primeiro bloco estão as prioridades base, mencionadas pelos eleitores:

Democracia                 35%

Economia                     31%

Aborto                          14%

Imigração                     11%

Política Internacional 4%

Democracia em primeiro lugar é, sem dúvida, muito significativo.  Constitui a base para resolução do quadro geral de problemas e de respeito pelos direitos humanos. Economia logo em seguida (e a curta distância) reforça a defesa da Democracia: grande parte das pessoas preocupadas com os temas econômicos também se colocam numa perspectiva democrática, enquanto o crescimento econômico é condição de solidez na base material do sistema democrático. 

No contexto específico norte-americano - com intensas campanhas anti-imigrantes - é relevante os relativamente modestos 11% fixados na imigração.

São considerações importantes para acompanhar a evolução dos resultados e os pesos na escolha para a Presidência e o Congresso.  

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Eleições US

 Sem fazer previsões mas desejando fortemente a vitória de Kamala Harris, pela importância vital de fazer recuar as várias correntes ( no duplo sentido da palavra) de extrema direita, no mundo.

Imagem reproduzida da Bloomberg on-line 



domingo, 3 de novembro de 2024

sábado, 2 de novembro de 2024

O momento G20

 A cerca de duas semanas da reunião máxima do G20, no Rio de Janeiro, a economia mundial impõe adicionais na agenda, nem que seja de bastidores ou em paralelo.

As duas mais dinâmicas economias nacionais - EUA e China - estão em clima de incertezas mas, mesmo assim, avançam em inovação e produtividade. No primeiro caso, a incerteza maior vem da área política e no segundo vem da maior ou menor solidez das recentes medidas para circunscrever e superar os altos riscos emitidos pela paralisação do poderoso imobiliário. 

As relações entre esses dois países vai determinar o ambiente geral das trocas internacionais.

Os EUA, complementados por alguns polos aliados ( por exemplo Holanda e países asiáticos) mantem vantagem nas inovações mais decisivas.

A China amplia seu mercado interno, está na dianteira em produtos altamente competitivos à escala mundial ( veículos elétricos, painéis solares, por exemplo), conquista papel central no vasto mercado russo onde, graças às sanções internacionais decorrentes da guerra na Ucrânia, quase duplicou suas exportações para a Rússia. 

Ainda na Ásia ganham óbvio relevo os recentes entendimentos entre a Índia e o Japão, tanto nos parâmetros econômicos como de segurança. Duas economias de forte capacidade instalada e meios materiais e humanos de criatividade. 

Africa não apresenta novidades, embora os fornecimentos de lítio tendem a reganhar importância, o Governo de Unidade Nacional na África do Sul suscita otimismo em áreas interessadas no investimento e estabilidade, ao mesmo tempo que se aguardam sinais, quanto a repercussão produtiva sub-continental, de grande projeto de ligação partindo de Angola. 

Em termos institucionais, positividade sobre eleições livres e justas no Senegal, África do Sul, Botswana e quadro previo no mesmo sentido, ainda este mês, na Namíbia. Mas a pergunta de décadas sobre o amanhã africano continua sem resposta, em larga escala bloqueado pelo extrativismo. 

A União Europeia é uma incógnita com divergências e debates importantes para todo o mundo. No fundo, entre mais ou menos protecionismo. Que os regimes de extrema direita ou influenciados por ela, insistam no soberanismo politico com seus prolongamentos econômicos, não é surpresa. Que setores liberais, opostos a tal soberanismo, optem pelo protecionismo econômico, parece contraditório ou, então, reflete fragilidade de suas economias.

A linha de abertura vem dos sociais democratas, por exemplo da Alemanha, opostos aos exageros aduaneiros com relação a veículos elétricos ( VE) chineses e favoráveis à assinatura de acordo de livre comércio com o Mercosul.

A entrada em vigor deste acordo teria impacto direto nas economias envolvidas e reduziria dependências perante as duas maiores economias mundiais. Na América Latina, os esforços de maior margem de manobra na relação com os EUA têm o conhecido perfil histórico, ao mesmo tempo que diversas economias com governos democráticos - incluindo o Brasil - procuram contrariar práticas de dumping em importações procedentes da China, como no significativo setor do aço.

Isto não impede investimentos chineses. As obras da BYD para iniciar produção de VE no proximo ano  em Camaçari, Bahia, demonstram que a defesa econômica pode ser mais eficaz em clima de abertura. 

É claro que para a América Latina faltam modelos de dinamização como os asiáticos. As taxas de crescimento continuam em ritmo lento, portanto, sem força para melhorar efetivamente as condições sociais internas e o peso em decisões internacionais. 

A Cúpula do G20 vai decorrer neste contexto. É o maior evento intergovernamental do ano. Todos os blocos econômicos importantes estarão presentes e talvez já se saiba quem vai governar os EUA. Porém, como qualquer outro evento internacional atual, não vai resolver nada. As guerras vão continuar e as taxas de crescimento evoluirão de acordo com a competência das políticas nacionais ou sub-continentais de maior dimensão, seja qual for seu grau de desenvolvimento. 

A importância da reunião do G20 no Rio é precisamente confirmar esse contexto mundial de luta entre hegemonismos e esse requisito para acelerar ritmos de crescimento nos não hegemônicos. 


                         BYD em Camaçari