O vencedor em prosa este ano foi o caboverdiano Joaquim Arena, dando lugar a pequenas notícias mesmo na mídia literária, sem o destaque que merecia esta atribuição do prêmio a um escritor até aqui pouco conhecido na área dos países de língua portuguesa, embora traduza volume considerável de escritores na mesma situação. Garantias de nova literatura de qualidade e profundidade em português.
Nem sequer mera notinha de primeira página ou página inicial. A referência mais detalhada vem do boletim on-line em inglês "Writing África" de James Murua.
Em poesia o prêmio é para Prisca Agustoni, apresentada na maior parte daquela mídia como " suíça naturalizada brasileira ". Se é naturalizada é brasileira ou, se for o caso, dupla nacional. Alguém bom da cabeça designaria Clarisse Lispector como escritora ucraniana naturalizada brasileira?
O prêmio Oceanos parece-me menos sujeito a pressões geopolíticas que o prêmio Camões (na minha opinião devia ter outro nome de batismo, se quer representar a produção em português de forma abrangente).
A expressão Oceanos evita ligação a nomes e, pelo menos até aqui, não tenho motivos para pensar que repercute escritores projetados por marketing de origem ideológica.
Veremos se resiste às pressões do mercado editorial, do identitarismo e dos decisores ideológicos.
Por todas estas razões os laureados deste ano mereciam mais atenção da midia literária.
Disse muito bem. São particularismos usados à bel prazer, atendendo a uma política eurocentrista.
ResponderExcluirO título "Oceanos" é muito adequado. Ressalta uma identidade fluida no bom sentido da palavra.