O Presidente do Botswana, Ian Khama, declarou em entrevista à Reuters que o Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe já devia ter deixado o poder há muito tempo, a fim de permitir a subida de nova liderança capaz de tirar o país da prolongada crise. Na verdade, a situação zimbabwana é das mais dramáticas do continente - desde escassez alimentar a violações de direitos humanos. Com mais de 90 anos Mugabe agarra-se ao poder e, no seio do seu partido ZANU-PF, decorre em surdina luta pela sucessão. Nas ultimas semanas várias manifestações têm ocorrido sobretudo na capital, Harare, brutalmente reprimidas pela polícia. O Botswana tem com o Zimbabwe uma fronteira de 800 km e desfruta de uma situação totalmente diferente, em todos os domínios. As declarações de Khama representam coragem e quebram uma pratica corrente em toda a África, segundo a qual raramente um Presidente ataca outro. Pode ser um bom precedente. Mugabe deve contra-atacar usando o racismo, como faz muito habitualmente dentro do seu próprio país, Ian Khama é mestiço e nasceu no Reino Unido quando seu pai, Seretse Khama - primeiro Presidente do país que proclamou a Independência - lá estava exilado. O antigo regime do apartheid considerou seu casamento com uma senhora inglesa como provocação às leis segregacionistas então vigentes. Mugabe pode agora ter um discurso muito semelhante. Entretanto o IDH do Botswana está dezenas de lugares acima do Zimbabwe, na classificação mundial e um nível de liberdades publicas sem comparação.
Foto de Gaberone, capital do Botswana:
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