As eleições gerais da África do Sul, no próximo mês de abril, vão decorrer num ambiente diferente das anteriores. A economia está em crise, divergências surgiram no ANC, as greves multiplicam-se e a oposição articula-se. Neste caso, fez efeito de bomba o anuncio de que a candidata presidencial da Aliança Democrática, principal força da oposição parlamentar e dirigente do governo provincial do Cabo Ocidental, será a dra. Mamphele Ramphele, líder do recém fundado partido Agang, antiga militante contra o apartheid quando agia na "Consciência Negra" de Steve Biko. Faz também parte do seu currículo ter sido a primeira negra Vice-Chancelor da prestigiada Universidade de Cape Town (UCT). A surpresa decorre da imagem liberal branca da AD, embora sua líder, Hellen Zille, declare que hoje ela congrega pessoas de outras tradições, como ex ANC's e ex PAC's e de todas as raças.
Na verdade não é a primeira cartada deste tipo. Na altura também causou surpresa a escolha de uma negra para liderar a bancada parlamentar da AD e a eleição de Patrícia de Lille ( ex PAC e ex ID)para governadora da Cidade do Cabo como candidata AD.
Mamphele e Hellen declararam que a decisão acaba com os pretextos raciais na politica do país.
Grand desafio para o ANC, que permanece favorito mas pode sofrer erosão do seu eleitorado.
Foto das duas lideres oposicionistas após o anuncio da candidatura:
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