quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Breves reflexões sobre Kamala e sua Convenção

 


Primeiro, a Convenção Democrata é dela, embora esteja muito discreta até aqui. Vai deixar de estar amanhã com o muito aguardado discurso sobre grandes linhas orientadores dos EUA, caso vença.  

Para já, desmentiu quem a considerava apagada e pouco competente. Ser discreta ou discreto não é ser apagado/a. É saber quando se deve fazer perfil alto ou baixo. É preciso competência para isso. 

Li esta manhã no " New York Times " opinião de um especialista em poker. Ele diz que Kamala não está blefando.

Segundo, se tivesse nascido na Europa ela nem seria cidadã, por ser filha de dois imigrantes. Idem no continente africano, com duas exceções: África do Sul e Maurício. Na Ásia só teria cidadania na Índia, graças à mãe. 

Na América Latina seria sim. Continente de muitas discriminações, pelo menos essa não existe. Nasceu aqui é daqui, sua descendencia também. 

Terceiro, as imagens da Convenção mostram  ambiente realmente não-racial, quer dizer, com todos os perfis biológicos presentes na população, em  números importantes e não meramente figurativos. Contraste enorme com outras convenções ou congressos partidários, onde a dominante racial dos delegados é mais que patente, mesmo em partidos que têm um eleitorado não racializado.

Quarto, para quem sabe o que é disposição combativa, não há dúvidas: aquela gente tá mesmo a fim de impedir o regresso à Casa Branca de um autoritário e mundialmente ameaçador. É isso que está em jogo e, do jeito que o mundo vai, é jogo duro de resultado imprevisível. 

Quinto, ainda sobre competência. Ouvi os discursos do casal Obama.  Gente que sabe muito bem o que diz. Sabe comunicar porque sabe pensar.

Este ano já acompanhamos três eleições de alta influência em seus continentes: África do Sul, França e Venezuela. Na sequência da primeira, formaram governo multipartidario. Na segunda, ainda buscam vias para formula semelhante.  Na terceira, ainda buscam vias para saber qual foi o resultado ( parece perda de tempo porque um dos jogadores é árbitro) e a extensão dos efeitos na América Latina. Já sabemos que não são poucos. Falta saber como serão.

As eleições dos EUA têm influência mundial. A campanha eleitoral já tem impactos econômicos. Os norte-americanos votam em novembro.  Antes disso, em outubro,o Brasil vota para as 5.500 Prefeituras.

Um comentário:

  1. Sempre textos excelentes e embasados em fatos! Parabéns professor por compartilhar seu conhecimento!! 🥰

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