domingo, 30 de julho de 2023

Parabéns Colômbia

 Ganhou 2 a 1 à Alemanha com super exibição, sem medo e dois golaços. Linda Caicedo deve ser neste momento a melhor jogadora latino-americana. 


Dados sucintos sobre ela:


Autora do primeiro gol contra a Alemanha. Tem18 anos. Aos 15 foi diagnosticada com câncer nos ovários. Semana passada num treino caiu com dor no peito. Contrato de transferência para o Real Madrid já assinado . No momento é, na minha opinião, a melhor jogadora latino-americana.


sábado, 29 de julho de 2023

Perdemos

 Seleção feminina perdeu com a França 2 a 1. Teve bons momentos mas não chegou. Agora temos de vencer a excelente Jamaica para continuar na competição. 

quinta-feira, 27 de julho de 2023

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Brasil e sua Creolidade


Como podia Pero Vaz de Caminha saber que nesta terra em se plantando tudo dá? Ele mal saiu da praia quando aqui esteve há mais de 500 anos e nem sabia onde estava, pois toda aquela armada pensou ter chegado em uma ilha e, apesar de verem ali muita gente, se proclamaram descobridores do local. Porém, sobre plantar e colher, foi palpite e acertou. Cinco séculos depois o Brasil é uma das maiores potências agro-alimentares do planeta.

Já Gilberto Freyre, no meio do século XX, dispondo de amplos meios de observação e análise, errou quando previu que o Brasil ia se tornar em “democracia racial”. Desde logo o erro é que não há “democracia racial”, só é democracia se não for racial, quer dizer, para todos. Na verdade, “democracia racial” era o apartheid, regime beneficiando os brancos com eleições, liberdade de movimentos e oportunidades racializadas.

Para um brasileiro nascido fora do Brasil no século XX, aqui chegado pela primeira vez procedente da África com dezoito anos recém completados, mas já dois anos e meio em processo insurrecional perto da África do Sul, palpites desses lhe causaram entre estranheza (“será que o cara não sabe o que é democracia?”) e revolta (“só o regime de Pretória pode aceitar essa afirmação”).

Mais: esse jovem cidadão também já tinha lido e ouvido resumos clandestinos de um livro de Frantz Fanon cujo título apresenta o racial como máscara e, após ler livremente todo o livro, ficou convencido disso até hoje. Convicção implícita nas várias formas insurrecionais então em curso na África Austral, onde os Freedom Fighters se propunham criar sociedades não-raciais.

A ignorância de Caminha, sobre quem descobriu esta terra, era generalizada. Por um lado, decidiram que descobridor só podia ser europeu, por outro, erravam nas designações. Colombo no Caribe pensou ter chegado à Índia e, sem hesitar nem perguntar, chamou os habitantes de índios que durante séculos fingiam não ligar, mas agora ligam. Mais tarde, se enganaram de novo confundindo a baía de Guanabara com a foz de um rio e quando chegaram na foz de um rio africano não fizeram como Colombo, perguntaram às pessoas da margem, mesmo assim erraram. Na tradução.

A propósito dessas “descobertas”, quem ouviu há meio século o moçambicano Honwana, declarar “chateia-me quando dizem que fui descoberto”, sabe que é engano propositado porque insistem nele e não fazem diferença entre descobrir uma terra e estabelecer uma rota marítima e comercial. Abrir rotas entre continentes, até hoje deve ser motivo de orgulho para quem abre, mas não precisa exagerar.

                         Porquê plantar cana no Brasil?

Quanto à mencionada foz de rio africano e vizinhanças, rapidamente se transformou em ponto estratégico na formação do Brasil, num volume largamente acima dos palpites iniciadores. Aquele mesmo cidadão, até hoje, considera pertinente a dúvida levantada em livro existente desde 1944, de Eduardo Correia Lopes, que Gilberto Freyre não leu ou preferiu não dar importância. Editado em Portugal, então sob ditadura de um amigo de Freyre, deixou a interrogação sobre capturarem massivamente negros africanos para plantar cana de açúcar no Brasil e não a plantarem então na própria África, sendo semelhantes as condições naturais.  

Fosse porque fosse, depressa o Brasil se encheu de plantações de cana e o litoral de Angola de portos para exportar escravos. Eram várias as rotas que o mercantilismo abriu entre o Atlântico africano e as Américas, mas uma delas, dos portos angolanos aos brasileiros, atingiu 39% do total traficado e, em breve, os resultados acirraram as lutas entre europeus.

A conquista holandesa das plantações pernambucanas levaram os mesmos holandeses a conquistar os maiores portos angolanos com suas adjacências fornecedoras de escravos. Nesse meio termo, em Angola, a rainha Nzinga passou a preferir os holandeses no negócio de cativos – Amsterdam pagava melhor que Lisboa – e em Pernambuco eclodiu uma guerra dos colonos portugueses contra os homólogos holandeses, ambos mobilizando forças locais, quer de povos originais quer de africanos ou descendentes.

Poderosa logística a partir da Bahia abasteceu a resistência anti-holandesa, em paralelo com as negociações na Europa, descritas por Evandro Cabral de Mello, pelas quais Portugal transferiu ouro para as contas dos Países Baixos, uma conjugação facilitadora do restabelecimento português em Pernambuco. No balanço da mobilização, a narrativa oficial apresentou a resistência como sendo multirracial, porém, olhando as funções pós guerra, as diferenças eram monumentais.

João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros, assumiram altas funções governativas e no tráfico, primeiro no Brasil, em seguida em Angola, na sequência da reimplantação lusa e da troca de correspondência entre o Padre António Vieira e Lisboa, cujo argumento final para convencer a sede do Império foi “sem pretos não há Pernambuco e sem Angola não há pretos”. Do indígena Filipe Camarão quase nunca mais se falou e o negro Henrique Dias foi nomeado “governador dos pretos”, ou seja, um cargo fachada de negro para negros, sem poder sobre o sistema.

É bom lembrar, não vá o modelo se repetir nas campanhas antirracistas do século XXI.

Sobre o desenrolar da escravatura, as atenções do referido cidadão brasileiro recém-chegado da África, não eram os números, porque já os conhecia e conhecia seus efeitos nos pontos de partida e de destino. Era a comparação com o Haiti e porque a revolta nesse país caribenho também não ocorreu aqui, país de escravatura mais antiga, escravizados em muito maior número e os primeiros quilombos terem precedido os refúgios cimarrons do Caribe. E se não ocorreu no mesmo momento ou antes, porque continuou não ocorrendo depois da independência.

                      Novas elites e subversão cultural

No fim dessas contas, seria o regime pós Guararapes que prevaleceu no Sete de Setembro, de tal forma que a economia do Brasil só se descolonizou a partir da década de 1930 e a sociedade manteve traços de colonialidade até hoje. O poder do atraso e a História lenta são muito fortes, como se vê nas obras de José Sousa Martins. Se forem lidas em companhia dos textos de Fanon, ajudam a entender por que hoje estamos nesta fase, quer dizer, parados na frase tornada célebre há décadas por Stefan Zweig - país do futuro – aliás, implícita desde há pelo menos dois séculos em outras afirmações, nacionais ou exteriores.

O perfil cultural é que se consolidou sempre em contradição com o poder, colonial, pós colonial ou mais atual.  Logo na geração seguinte ao começo da colonização europeia, já se subvertia a língua do colonizador e se criavam bases culturais de produção local. Primeiro como prolongamento de tradições trazidas da África e da Europa e auto-defesa das normas de vida pelos povos originais. Em seguida, com introdução de novos elementos nessas tradições e estilos, uns influenciando os outros pela base. Em todos os momentos, essa extensão e produção local de cultura se fazia contra as elites que também se iam criando, a ponto de várias das manifestações serem disfarçadas ou mesmo avançando em segredo.

Esta trajetória coloca o Brasil na área cultural creola, com esta ortografia para evitar confusão com expressões racializadas só existentes no Brasil.  Aqui estamos na definição estabelecida no “Elogio da Creolidade” de três escritores da Martinica ou nas observações do haitiano René Depestre quando refere subversão da língua do colonizador e  existência de creolidades sem língua creola. Na verdade, a creolidade é resultado de violentos confrontos culturais inerentes à colonização e sua posterior evolução para primeira globalização cultural. Não tem cor.

A vasta maioria da população brasileira está neste caso, excetuando apenas alguns apologistas do mimetismo.

              Espaço público e  linhas de pobreza

As elites de hoje dão continuidade a elites de fases anteriores, controlando totalmente a política e a macro-economia, mas, no plano socio-cultural, hoje, quem disfarça são elas, com discurso sem efeito prático e desperdiçando os focos de contato que poderiam constituir rampas de lançamento para um país de todos e todas.

Na configuração do Brasil existente, esses focos valem muito, quer olhando de dentro da teoria sociológica dos espaços públicos, quer através de estatísticas recentes sobre fome. Aqui, a noção de contato pode ser inspirada pela linha de uma revista sul-africana (“Contact”) anti-apartheid dos anos de chumbo, mas também pode situar-se nas referências à noção de proximidades, cujo autor brasileiro mais recente não citamos porque ele pode não concordar com a possível equivalência.

Comparando com outros dois países de demografia multirracial, os grandes centros de decisão dos Estados Unidos e África do Sul integram hoje personalidades dos grupos historicamente oprimidos. Na África do Sul, essas personalidades são larga maioria, enquanto nos EUA o ministro de Defesa é Negro e a ministra dos Assuntos Internos é “Native American”. No Brasil nada sequer parecido, apesar das dimensões do contato não racializado serem aqui muito mais altas em espaços públicos - tipo transporte coletivo, shows musicais, ruas de entretenimento ou sobrevivência, arquibancadas de estádios - que nos EUA e sobretudo na África do Sul.

As escolas públicas também, caso em que os norte-americanos e sul-africanos têm feito esforço para chegarem a resultados no Brasil reproduzidos pela própria estrutura social.  

Josué de Castro, contemporâneo de Gilberto Freyre, via o país sob prisma muito diferente - o da “Geografia da Fome”. Na época em que viveu, a mais vulnerável das situações brasileiras já estava ocupada pela conjugação de gênero, raça e região, quer dizer, mulheres negras nordestinas. Recente pesquisa executada pela Vox Populi sobre insegurança alimentar, assinalava, entre final de 2021 e início de 2022, 33 milhões de brasileiros com fome, a algum nível de intensidade ou periodicidade, sendo 20% dos pretos, 17% dos colonialmente designados por “pardos” e 10% dos brancos. O pior quadro é o das famílias dirigidas por mulheres negras, não sendo mistério saber onde mora a maioria delas.

Não é para fazer campeonato, todos estes percentuais são altos, mais altos ainda se passarmos aos números por extenso. Sem nenhuma ironia, é constatação de outro espaço de contato – o dos muito pobres.

Assim, temos ambiente de espaços públicos sem repercussão nos centros de decisão e altos percentuais de fome ou sub-nutrição, apesar do país ser potência no agro, prevista até por Caminha sem sair das proximidades da praia em Porto Seguro há séculos. No agregado são dois fatores de mudança.

Nem é preciso ler Norbert Elias ou Manuel Castells para compreender a força que corre no contato de espaço público. Se vencer os disfarces e os choques com outros interesses, é base maior de ataque às colonialidades persistentes, à cabeça das quais está o racismo. Por sua vez, a História, do Brasil ou do Mundo, não disfarça que a pressão dos pobres conduziu às grandes mudanças. O azimute, portanto, indica duas vertentes do mesmo desequilíbrio interligado, exigindo serem desconstruídas em simultâneo ou vão se perpetuar.

Aquele cidadão nacional nascido fora das fronteiras, hoje tem décadas suficientes e já transitou de jovem a idoso, fazendo os possíveis (e impossíveis) para não lhe aplicarem a sentença de descartável em mais uma discriminação, a do etarismo, quer dizer, inútil pela idade, ou “não há lugar para velhos” lembrando romance do Cormac McCarthy.  Vive no bairro Fonseca em Niterói, local onde predominam aqueles dois pontos de contato e a própria História: antes de ser bairro foi fazenda açucareira. É só um dos vários pontos de onde melhor se vê o Brasil e sua creolidade.  

J. G.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Brasil quatro

 

Boa exibição.  Equipe bem articulada e grande vontade de fazer o máximo. Certeza de jogadoras recém chegadas à seleção, com alto desempenho. O caminho ainda é longo, adversárias mais difíceis, mas vamos sem medo. 

A competição em geral tem um significado que faz dela mais que jogo. Para muitos países é parte de afirmação da dignidade da mulher. Estou pensando no Sahel e arredores onde tenho participado em campanhas na matéria, dentro da luta pelos direitos humanos. 

Nesse sentido, a presença de Marrocos é importante.  Há países onde o futebol feminino é proibido e outros onde são obrigadas a jogar de véu e calças compridas. Para salafistas e boa parte de seitas ditas cristãs o corpo da mulher é pecado. 

Sobre isso vale a pena ver o filme " Timbuktu", de nosso amigo mauritanano Abderramane, premiado em Cannes.

A seleção brasileira representa a sociedade melhor que a classe política. As seleções do Caribe também.  As jogadoras marroquinas significam coragem contra os dogmas de certos religiosos ( e prolongamentos) para projetos políticos totalitários





Equilíbrio no Grupo G

 Tanto ontem no Suécia 2 África do Sul 1, como hoje no Itália 1 Argentina 0, os resultados foram decididos em cma dos 90 minutos. Equilíbrio em ambos e o grupo permanece em aberto.

domingo, 23 de julho de 2023

Bons desempenhos do Caribe

 No Mundial feminino de futebol, duas seleções do Caribe em destaque. O Haiti perdeu 1 a 0 para a Inglaterra com pênalti ( batido duas vezes). A Jamaica faz 0 a 0 com a França, apesar de ter tido sua melhor jogadora expulsa em decisão muito duvidosa da arbitragem.


Jamaicanas comemoram final de partida.

Jamaica e França estão no grupo do Brasil que joga amanhã com Panamá. 

quarta-feira, 19 de julho de 2023

domingo, 16 de julho de 2023

Atitude

 Ela perguntou: "Quanto você está vendendo os ovos?"

O velho vendedor respondeu: $0,50 - um ovo, Senhora".

Ela disse: "Vou levar 6 ovos por $2,50- ou vou embora".

O velho vendedor respondeu: "Venha levá-los ao preço que você deseja. Pode ser, este é um bom começo porque não consegui vender nem um único ovo hoje ".


Ela pegou os ovos e se afastou sentindo que ganhou. Ela entrou em seu carro elegante e foi a um restaurante elegante com sua amiga. Lá, ela e sua amiga, pediram o que quiseram . Elas comeram um pouco e deixaram muito do que pediram. Então ela foi pagar a conta. A conta custava $400,00. Ela deu $500,00 e pediu ao proprietário do restaurante para ficar com o troco....


Este incidente pode ter parecido bastante normal ao proprietário, mas muito doloroso para o vendedor de óvos pobre..


O objetivo é,

Por que sempre mostramos que temos o poder quando compramos dos necessitados? E por que ficamos generosos com aqueles que nem precisam de nossa generosidade?


Uma vez eu li em algum lugar:


"Meu pai costumava comprar bens simples de pessoas pobres a preços elevados, mesmo que ele não precisasse deles. Às vezes, ele costumava pagar mais por eles. Fiquei preocupado com este ato e perguntei-lhe por que ele faz isso? Então meu pai respondeu: "É uma caridade embrulhada com dignidade, meu filho".

Autor@ desconhecid@

sábado, 15 de julho de 2023

IGNORANDO OS CIVIS DO SUDÃO

1.

Após o fracasso das diplomacias dos Estados Unidos e da Arábia Saudita em obter mais um curto e relativo cessar-fogo no Sudão, o Egito convocou encontro de vizinhos do país em guerra. Da reunião saiu apenas mais um apelo à paz, daqueles que até os beligerantes fazem. Ditaduras vizinhas com as da Eritreia ou Chade (para falar só dessas) presentes na reunião, não estão nada interessadas numa verdadeira solução do conflito, ou seja, retomar a transição democrática, interrompida pelas duas forças armadas hoje em choque.

Ponto comum à movimentação dos Estados Unidos, Arábia Saudita, Egito e seus convidados é limitarem a busca de solução aos estados maiores dessas forças, deixando de lado as forças civis que constituem um importante contra-poder interno, com capacidade de pressão já demonstrada sobre os militares. É elementar para quem conhece os perfis das atuais chefias de guerra no Sudão que elas só vão parar se forem seriamente pressionadas.

A esta limitação diplomática – talvez intencional – soma-se a ignorância da larga maioria da media internacional, com raras exceções. Na media de língua portuguesa se há exceções nem se notam. Aliás, não é a primeira vez que, pelo silêncio, isolam agrupamentos ou iniciativas internas de vários países assolados por senhores da guerra.

Sobre o Mali, com razão destacam a presença da empresa Wagner e a retirada da Missão da ONU, mas não têm espaço para referir os movimentos oposicionistas malianos e os cerca de 75% de abstenção no recente referendo organizado pela junta militar. O mesmo acontece sobre a República Centro-Africana: falam da Wagner e da proposta de nova Constituição pelo governo, sem atribuir importância à acusação pela oposição democrática de que essa Constituição abre caminho a presidência vitalícia do país. No Leste da R.D. Congo os olhares diplomáticos e mediáticos vão para os governos de Kinshasa e Kigali, apesar da constante e arriscada atividade de movimentos sociais, como o Lucha, pelos direitos humanos.

2.

Todos os países africanos – incluindo os de língua portuguesa – têm movimentos sociais indispensáveis às democratizações e à definição de estratégias de desenvolvimento. Acordos de natureza vária, feitos no continente africano (ou sobre ele), desde os anos 1970, falharam em virtude do monopólio atribuído a formações políticas autoritárias ou totalitárias e discriminação contra agrupamentos de todas as dimensões, espontâneos e até clandestinos com frequência, reais porta-vozes da sociedade.

No Sudão, os comités de resistência estão ativos a nível de bairro ou pequena localidade, desde a queda de Omar El Bachir, ela própria resultante da ofensiva de um sindicato clandestino. Hoje, alguns deles são denominados comités de urgência, mantendo dispositivos de entre-ajuda no abastecimento, assistência médica, rotas de fuga e acolhimento. Grande parte realiza patrulhas ou observações sobre presenças militares nas proximidades e dispõem de canais de informação atualizada.

3.

É uma vasta rede que cobre quase todo o país. Alguma media mundial, com dificuldade em colocar correspondentes no terreno tem, recentemente, citado elementos dessas fontes de informação.

A coordenação destes comités inclui influentes políticos civis e militantes mais jovens, com experiência e coragem perante os riscos inerentes a uma situação deste tipo. Marginalizá-los, tanto nas articulações diplomáticas como nos noticiários, equivale a considerar que o crime compensa. Como já aconteceu em outros cenários.

Jonuel Gonçalves/15.07.23

 

 

 

 

 

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Hargueisa

 Capital do Somaliland, que se separou da Somália mas não é oficialmente reconhecido por nenhum país. Oficiosamente, porém, é por vários e também por entidades privadas.

Desde 2008, Hargueisa é sede de importante Feira do Livro. A edição deste ano começa no próximo dia 22 sob o lema " Resiliência" em parceria com uma Feira do Livro de Marrocos. 

Estarão presentes escritores de vários países africanos, europeus e da Ásia-Pacífico.  Iniciativa de grande destaque num território sem reconhecimento diplomático como país. 

sábado, 8 de julho de 2023

Mengo 1 a 1

 Em São Paulo, Flamengo empatou 1 a 1 com o Palmeiras. Jogou bem no segundo tempo. Não entendi porque o Sampaoli só fez entrar o Arrascaeta e o Everton Ribeiro a meio da segunda parte. Quando entraram o Mengão perdia 1 a 0 e mudaram a cara do jogo. 



Jet leg

 Como nomade adoro viajar  mas as viagens transcontinentais me deixam dois dias procurando o fuso em que estou.

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Soltas de economia

 A Índia aceita pagamentos em yuan nas trocas com a China e em seguida compra petróleo russo com essa moeda.

O preço da fibra para Internet deve subir a qualquer momento. Se assim for, as assinaturas também devem ficar mais caras.

Novo arcabouço fiscal brasileiro deve ser votado na Câmara nesta sexta-feira. 

terça-feira, 4 de julho de 2023

Front Line Defenders

 Statement: Ukrainian woman human rights defender and writer Viktoria Amelina killed in Russian missile strike on Kramatorsk 

Check up

 É sempre um alívio fazer check up médico e ver tudo ok, inclusive redução de medicamento. 

sábado, 1 de julho de 2023

Poesia da Kátia

 KÁTIA CASIMIRO 


A preta , pretinha !

Sou preta ,pretinha,
filha ,neta e bisneta de pretas.
Exalto a mulher preta 
desde a  escrava , a guerreira e a rainha 
Aquela sofredora e  vencedora ,desde o passado aos nossos dias.  
Aquela preta ,invisível, transparente e lutadora  
Que nasce e renasce a cada manhã. 
Não  peço  licença  para me pronunciar  
Pois este é um assunto que tenho mesmo de falar.
Sou preta ,pretinha,
E tenho a responsabilidade  de narrar o meu passado!
Não  me levem a mal , mas é que na minha mente  
ficou tudo registado.
Fui arrancada a força do meu berço,
,lançaram me num navio  sem preservar minha  diferença,
Transformaram o meu corpo em máquina reprodutora
Tiraram me o titulo de realeza e apagaram o meu sobrenome.
Arrancaram dos meus braços os meus  filhos  
Mas continuei preta , pretinha
Transformaram e desenvolveram a base da pirâmide com a minha dor  
E nas minhas costas carreguei o peso sozinha.
Transformaram me em  estatística,  
a estatística da desigualdade da subserviência, da violência, da mortalidade, e continuei sendo a preta ,pretinha  
Deram me o  título de fortaleza para aguentar com toda  a dor possível, 
Os  meus sentimentos anularam ,como se isso fosse credível  
Tentaram excluir  me das universidades, da ciência, da tv
tentaram me fazer acreditar que não devo amar os meus iguais ,  
tentaram calar a minha voz,e esconder a minha  dor  
tentaram tirar a minha  humanidade, sem dó nem piedade
E aqui estou eu , preta  pretinha!  
Sim , sou preta ,pretinha e preta não é só a minha pele,  
Preta é a minha  identidade ,
Preta é a minha gente,  
Preta é a minha resistência .
Preta é  a minha voz .
Não é  preciso muita ciência,  
Para aceitar esta verdade  
Nasci preta,morrerei preta
Preta ,pretinha é a minha identidade.