Por outro lado, há zonas da África Central onde se passa oposto à mutilação, ou seja, é a celebração e estímulo do orgasmo feminino, como dado cultural profundo. Recentemente minha amiga Nanda Barros reproduziu um trabalho do nofi.fr sobre o Ruanda onde esta atitude tem inclusive nome: Kunyaza.
O surgimento dos jihadistas em regiões do Sahel - e tentativas em outros pontos (como na Republica Centrafricana, norte de Moçambique, Tanzânia, etc.) - tem aproveitado a tradição de mutilações para impôr mais repressão á mulher, cuja presença é por eles julgada "perturbadora do homem". E também atuam através de regras repressivas do vestuário, considerando o corpo da mulher como pecaminoso que, portanto, tem de ser escondido. Ao mesmo tempo, em zonas como o norte da Nigéria e proximidades do lago Chade, fazem constantes raptos de adolescentes.
Tudo isto também provoca natural resistência e alguns grupos usam a imagem erótica ou a auto defesa armada como armas para os contrariar e combater. Este blog tem dado apoio a essa luta, sob varias formas, inclusive na guerra de imagens, como estas duas de amor e carinho que muito enfurecem o inimigo e seguem a linha de Kunyaza.
de "Luso Poemas" - site Poetris
de Alicia Rkiho in Instagram, reproduzido em ilustração de poemas por
Anna Lirio Lobo
Mas é justo definir que esse inimigo não se limita a áreas extremas da religião muçulmana, situando-se também em fundamentalistas cristãos ou até pessoas ditas materialistas. Seja como for, estes elementos são componentes da opressão feminina que, em África, abre caminho a muitos outros e atinge um ponto vital:a segurança. Mas há outros e não só no continente africano. Nesta serie falaremos deles.
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