terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Tomboctu na Historia e no Presente


A cidade de Tomboctu é uma das três capturadas pelos jihadistas no norte do Mali, em janeiro do ano passado e foi ontem recuperada pelas forças franco-malianas, passo importante na guerra em curso no país e tambem de grande valor para a sua reunificação. As forças que ocuparam a cidade durante um ano impondo a Charia (lei corânica), sairam dela sem combater, preparando provavelmente guerra de guerrilha. Nas horas seguintes a esta  fuga, ocorreram pilhagens generalizadas contra lojas de comerciantes  árabes, em geral cidadãos malianos, mauritanianos ou argelinos, considerados pela população negra como simpatisantes do jihadismo.
Cidade pequena (cerca de 65 mil habitantes em tempo normal), situada  a cerca de 20 km do rio Niger, Tomboctu tem um peso histórico consideravel. Inicialmente foi pequeno ponto de passagem e tornou-se localidade permanente a partir do século XII, como grande eixo no comércio de ouro e escravos das rotas Sahel-Sahara. Nunca  foi centro politico importante, mas ganhou grande impacto cultural e religioso à medida que a religião islâmica avançava na àrea. Assim, fez parte de reinos da época - como Mali e Songhay - esteve sob ocupação tuaregue e marroquina e, durante três seculos manteve aqueles funções mercantis, até que o comércio de escravos e  ouro foi desviado para o Atlântico, após a chegada à costa senegalesa dos navegadores e mercadores portugueses  em  finais do século XV / inicio do XVI.
Durante todo este periodo, ganhou reputação de cidade muito rica - com exageros míticos - e de cidade com bastante  vida religiosa-intelectual, confirmada pelas centenas de milhares de manuscritos conservados até hoje e pelo prestigio de sua mesquita central.

Caiu em declinio e passou por inserção em alguns estados existentes no Sahel até à ocupação francesa, no ano de 1893.  Situada em zona àrida, é marcada por grande pobreza, como quase toda a  Republica do Mali, independente desde 1960, na sequencia de uma  federação  passageira com o vizinho Senegal.
As operações militares em curso deslocam-se mais para norte e a chegada do exército do Mali pôs fim às pilhagens.

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