quarta-feira, 9 de agosto de 2023

África no limiar de nova fase

 Os quatro golpes de Estado no Oeste africano são agora fator urgente para ativar as forças democráticas do continente todo.  Estes golpes instauraram regimes repressivos, após terem fracassado no combate ao terrorismo, durante o qual ficaram conhecidos por sua agressividade contra os civis. 

Esperavam reconhecimento da França ( tal como esta fez no Chade) mas Paris teve de mudar o tom. Então cortaram com os franceses e passaram a denúncias sobre pontos que várias forças e personalidades combatiam há décadas, enquanto eles ficavam calados.

Agora fazem discursos contra o imperialismo, propõem outra dependência externa e internamente aplicam ditadura.  

Perante isto, uma alternativa se cria: acabar com os prolongamentos do colonialismo, não servir de degrau nem tapete para nenhum hegemonismo e criar Estados com base nos direitos humanos e nas políticas de desenvolvimento conduzidas com transparência e competência. 

No Níger, forças anti-golpistas entram na clandestinidade ( Conselho de Resistência da República), afirmando que podem reagir com meios de autodefesa. Na República da Guiné opositores preparam novas manifestações de rua. O conhecido historiador camaronês ( leciona em Jo'burgo) Achille Mbembe, propõe rearmar o pensamento e partir para trabalho naquelas bases. Nem que sejam precisas décadas. 


Niamey - pode ser ponto de partida para longa campanha de libertação africana.

Um comentário:

  1. Perfeito. Armar o pensamento e, acrescento, construir trincheiras de ideias de reconstrução democrática.

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