sábado, 27 de janeiro de 2018

Amor E Guerra

Eu nunca disse "make love not war" nem mesmo nos eufóricos anos 60 quando a frase surgiu e até fez moda. A guerra muita vezes é imposta a comunidades inteiras ou países que têm o direito de se defender.

Há até "guerras" a nível da agressão pessoal que exigem resposta. Há as calúnias canalhas, a discriminação por motivos raciais e, em vários países, as ameaças e agressões contra a mulher (em cidades como o Rio ou Joanesburgo, uma mulher que simplesmente caminhe na rua está sob ameaça ou tem de ouvir propostas dos f da p).O grande escritor francês, ex resistente na segunda guerra mundial, Roger Vaillant foi ao ponto de dizer:"A guerra exige a mesma lealdade que o amor; por isso o homem nobre só aceita duas ocupações - a guerra e o amor". Bem... há mais algumas ocupações aceitáveis, mas deixo a opinião do Vaillant, um dos primeiros romancistas que li, ainda jovenzinho.


Há dias,  minha amiga Anna Lírio Lobo (que já me deu a honra de publicar um poema aqui) postou uma frase sublinhando que "gente boa de briga não falta o que falta é gente boa de amor". Depois falamos e  ela concordou que uma coisa não exclui a outra, mas ela, naquela postagem, referia outra coisa. O mundo atual está cheio de situações de violência que requerem muita coragem e muito amor, ao mesmo tempo. Amor à verdade, amor ao próximo mas também coragem na defesa da dignidade e do respeito que merecemos. Contra certos agressores tem de ser pela força. Eles não entendem outra linguagem.

Mas seja em que circunstâncias fôr, amar é sempre o maior anseio de qualquer ser humano que não tenha perdido a sua própria humanidade. Amor completo, sem medo dos difusores de trevas que associam amor ao pecado. Por tudo isto, opôr amor e guerra  é anti-histórico.

  Fotos: Combates em Mosul (internet); "O beijo" escultura de Rodin (Museu Rodin (Paris); Manifestação em Uagádugu (internet)

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