Na verdade a crise nunca parou desde começo de 2015, processo que conduziu ao impeachment de Dilma Roussef, após forte divergência com seu vice presidente e a maioria da sua base parlamentar, num quadro de esgotamento do modelo econômico até então em vigor e fortes suspeitas de corrupção. Essas suspeitas foram depois confirmadas, mas as investigações não pararam com a queda de Dilma. Muita gente propunha a derrubada de Michel Temer junto com Dilma pois correspondiam à mesma aliança inter partidária e tinham iguais responsabilidades.
Ontem surgiram acusações de que Temer estaria envolvido em pagamentos para garantir o silencio do ex deputado Eduardo Cunha na operação Lava Jato. Uma gravação seria a prova. Temer fez hoje um discurso dizendo que ainda não tinha recebido essa gravação e negava ter cometido crime; por isso não renunciaria à Presidência. A simples duvida, porém, é motivo para reduzir os níveis de governabilidade e a nova crise estendeu-se à área financeira com forte queda no índice principal da Bolsa de Sã Paulo e depreciação do Real, durante o dia de hoje.
Ao mesmo tempo o principal candidato oposicionista ás eleições de 2014 também aparece implicado e já deixou a liderança do PSDB. Á margem destas novas revelações, permanecem as suspeitas antigas contra o ex Presidente Lula de ter propriedades ocultas e beneficiado de favores de construtoras. Lula também nega tais acusações.
Todo este contexto configura o que em economia se designa como corrupção sistémica.
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