12a. Rodada ( faltam 6 para concluir)
Bolívia 2 Paraguai 2
Colômbia 0 Equador 1
Chile 4 Venezuela 2
Argentina 1 Peru 0
Brasil 1 ( Gerson) Uruguai 1 (Valverde)
Edição PanNit (Mei/Startup)
12a. Rodada ( faltam 6 para concluir)
Bolívia 2 Paraguai 2
Colômbia 0 Equador 1
Chile 4 Venezuela 2
Argentina 1 Peru 0
Brasil 1 ( Gerson) Uruguai 1 (Valverde)
A inauguração do porto de Chancay, no Peru, reforça o estudo de opções nas vias interoceanicas sul-americanas. O evento coincidiu com a Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico ( APEC), em Lima.
Antes de mais, a grande mídia internacional ( incluindo a mais respeitável) considera Chancay como " porto chinês", forte ignorância geográfica: fica situado no Peru, portanto, sob soberania peruana. A maioria do capital ( na construção e operação) é da Cosco Shipping, chinesa, porém, não é lúcido esquecer os 40% da peruana Volcan, nem a sempre presente hipótese de alterações no capital, sobretudo após o período do retorno completo do investimento.
Chancay, Peru
Chancay terá 15 cais e profundidades de 17/18 metros, ou seja, capacidade múltipla de carga/descarga e super-cargueiros. É enorme estímulo para a economia peruana, pode funcionar como hub para trocas de outros países sul-americanos com a China, reduzindo de 35 para 23 o número de dias necessários à navegação entre os dois lados.
É óbvia a incidência nos volumes e custos, considerando a intensidade geral do movimento.
No Brasil, o Acre está fortemente interessado. Situado a cerca de 1.800 km da costa peruana, o Governo estadual tem pressionado no sentido de adequação de infraestruturas e já obteve parte delas. Dois problemas: a subida dos Andes obriga recurso a caminhões apenas de médio porte e as infraestruturas são necessárias também do lado peruano.
A importância da opção é enorme, daí a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ter estado em Lima no mês de março. Opção que não exclui outra ou outras.
No Chile, há vozes preocupadas com a concorrência de Chancay sobre os portos chilenos. Sem motivo, caso se articulem bem com Argentina e sobretudo, com o Brasil, que já avançou muito no corredor bioceanico entre Santos e Paranaguá e o litoral chileno, onde estão Valparaiso, San Antônio e Antofagasta.
Antofagasta, Chile
Atravessa o Paraguai e Argentina - que têm vias de acordo com os imperativos ou para serem melhoradas. Aqui aparece de novo o obstáculo cordilheira, mas também a vantagem de ligar quatro economias sub-continentais, justificando investimentos vultosos. Talvez menos que os 3,5 bi USD anunciados em relação a Chancay.
Gráficos recentes sobre o corredor bioceanico, a nível de Campo Grande (o tráfego de grãos é decisivo) até Mumbai ( Índia) assinala economia de cerca de 100,00 USD por tonelada, relativamente à ligação via canal.do Panamá.
Vamos então a conclusões sumárias:
- estas ligações entre oceânos são complementares e servem tanto ligações internacionais como integração sul-americana;
- o medo do capital chinês no empreendimento peruano é irracional. É IDE ( investimento direto estrangeiro) como qualquer outro, sujeito à legislação local.
- a Ásia-Pacífico é hoje a região de maior dinamismo econômico mundial. São várias grandes economias e todas são prioridade para o Brasil, tal como a integração com os vizinhos. Assim, os diversos " corredores" são exigência correspondente à dimensão do país. Exportar da Amazônia não é como exportar de São Paulo ou Mato Grosso.
Estas breves considerações surgem no momento em que a chegada de Trump à Casa Branca vai diminuir o multilateralismo e o governo argentino está na mesma linha. Portanto, construir links sólidos e diversos tem significado existencial, quando se pensa em desenvolvimento, não apenas em ciclos de crescimento.
Este quadro mundial já estará patente na Cúpula do G20, aqui no Rio a partir de segunda-feira,18 de novembro e aumento tendencial a partir do próximo ano. Impossível prever por quanto tempo.
11a. Rodada
Venezuela 1 Brasil 1
Paraguai 2 Argentina 1
Equador 4 Bolívia 0
Uruguai 3 Colômbia 2
A esta hora, intervalo de Peru X Chile, os dois últimos da classificação. Está 0 a 0.
O Uruguai X Colômbia foi a melhor partida, pela técnica e a emoção do equilíbrio de forças.
Neste momento estariam classificados Argentina, Uruguai, Colômbia, Brasil, Equador, Paraguai. Venezuela na repescagem.
Terça-feira na Fonte Nova (Salvador, Ba): Brasil X Uruguai.
Aos 82 anos mais uma vez reeleito senador pelo estado do Vermont. Com 63,3% dos votos. Independente de tendência socialista ( próximo da social democracia escandinava) começou nos anos 60 na Liga dos Jovens Socialistas e no movimento dos Direitos Civis. Exerceu vários cargos públicos no Vermont e foi representante na Câmara em Washington antes de chegar a Senador.
Declarou que a recente derrota dos Democratas - com quem faz acordos caso a caso ou periodo a peroodo - é consequência do partido não estar respondendo aos anseios das pessoas com dificuldades de vida, enquanto as pessoas de topo nunca estiveram tão bem.
No debate interno dos Democratas é voz muito escutada porque faz anos dizendo isso.
É excerto do romance " Austral ", de Carlos Fonseca ( Costa Rica), uma de minhas leituras atuais. Traduzido este ano em São Paulo.
Para ler melhor, clicar em cima de cada página.
1
A
eleição de Donald Trump com larga maioria do voto popular, coloca a céu aberto
algumas considerações sobre o mundo atual, ou seja, vai muito além dos Estados
Unidos e nem sequer são novidade, pois existem em forças semelhantes de todos
os continentes.
A
nível político-social, as desigualdades sociais continuam sendo forte motor de
mudança, mas não obrigatoriamente em sentido único. Várias vezes na História,
setores radicais das áreas conservadoras captaram o descontentamento, sempre
que as forças progressistas entraram na rotina e se contentaram com seu próprio
discurso, passando a fazer voo cego.
Um
mercado de trabalho em expansão – notável nos Estados Unidos – não é garantia
satisfatória se os salários estiveram desiquilibrados com relação ao custo de
vida ou se a média salarial estiver muito abaixo dos rendimentos mais altos.
Quando sucessivos governos reformistas não conseguem resolver esta equação, a
extrema direita aproveita para mobilizar com base em promessas de liderança
salvadora, decorrente de seus princípios anti-democráticos (ou de “democracia
limitada”). Claro que nesta base não vão resolver problema nenhum, mas criam um
clima propício à tomada do poder ou se tornarem muito influentes.
2
Apesar de seus discursos discriminatórios, xenófobos e patriarcais, a extrema direita foi favorecida pela queda gradual do identitarismo, do qual se servem ferozmente em outros países.
Assim, Trump teve o apoio de 44% das mulheres votantes, 15% do eleitorado negro e pode ter obtido perto da metade do voto latino. Estes percentuais revelam minorias muito numerosas, sem as quais Trump não ganhava. O voto de pessoas negras em Trump já estava em 9% na eleição precedente, o voto latino nos republicanos há muito tinha saído da faixa cubano-americana da Florida e grande parte das mulheres vota de acordo com seu ambiente familiar, crenças e desafios relacionados.
Estes dados têm perfil de tendência. As mulheres não são uma camada social única, estão em várias. As populações negra e latina, também não são homogêneas desse ponto de vista e apresentam fortes desigualdades sobre níveis de vida. Esses fatores assumem mais importância que “origens” ou “heranças”, simplesmente porque as pessoas se determinam e relacionam através de seus status atuais, tanto nos que empobrecem como nos que enriquecem.
3
Dois
beneficiários dessas determinantes e relações, os senadores republicanos Ted
Cruz e Marco Rubio têm duas explicações. Cruz vê a motivação principal na
mudança de geração e Rubio afirma estar em curso uma mudança da identidade
comunitária ou racial para a das ocupações, querendo significar ocupações profissionais.
Teria sido talvez mais preciso dizer segmento de renda e, mais preciso ainda,
ultrapassagem do identitarismo pelo status social.
Ao
benefício destas alterações, a extrema direita acrescenta um disfarce de sua
natureza autoritária ou totalitária, fazendo amalgama de todas as opiniões de
esquerda ou do centro reformista com seitas dedicada a mercantilização de
conceitos aberrantes e campanhas de difamação. É mais uma generalização falsa,
do arsenal das fake news, porém, aquelas seitas continuam a fornecer elementos
de propaganda à extrema direita.
Agora
vêm as políticas econômicas.
4
Para
já a bolsa de Nova York reagiu favoravelmente ao resultado eleitoral e o dólar
reafirmou seu valor internacional. O ouro como valor refúgio recuou um pouco.
Os impostos vão baixar, sobretudo para os detentores de capital, portanto,
baixando também os programas sociais federais. Nestes termos, o crucial
problema do poder de compra só terá melhoria considerável se o investimento
privado inserir aumentos salariais e alargamento das condições de poupança das
famílias. De contrário, as desigualdades vão se manter ou aumentar e o
sentimento de frustração social se voltará contra Trump.
Se
o presidente eleito é contra intervencionismo estatal a nível de programas
sociais, ele é favorável a pressão governamental quanto às decisões do Banco
Central, a ponto de surgiram perguntas sobre a extensão da independência deste
nos próximos tempos. Aqui está uma possibilidade de choque com efeitos de
incerteza no comportamento dos grandes atores econômicos.
A
Inovação Tecnológica em geral, não vai mudar seu perfil, seja qual for o
locatário da Casa Branca. Tem dinâmica própria e todos têm interesse nela como
fator de hegemonia. Trump não vai fazer nada de diferente daquilo que se faz
desde Bill Clinton.
De
acordo com o programa eleitoral vencedor, é provável uma “chuva tarifária” no
curto prazo, reveladora de vontade protecionista. As trocas internacionais
serão atingidas, afetando muitas empresas norte-americanas também. Neste ponto,
é crucial saber qual a capacidade de resistência da China e da União Europeia,
mas também de países latino-americanos que têm os Estados Unidos como parceiros
de topo. Crucial ainda será o quadro militar mundial. Netanyahu, no curto
prazo, é vencedor junto com Trump, porém, eventual acordo de Washington com
Putin não vai parar a guerra na Ucrânia por si só, depende muito dos cálculos
de médio prazo da Europa e China.
5
Quer
dizer, as medidas norte-americanas de guerra econômica contra a União Europeia
e a China, têm de levar em conta os efeitos colaterais sobre os pontos de
confronto armado.